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Diálogo sobre o espaço que construímos

Dos vinte e nove ecossistemas criativos mapeados, vinte estão localizados em casas, sete em prédios inteiros e dois em galpões. Alguns deles estão em imóveis de especial interesse arquitetônico e histórico como o Acervo Independente, Vila Flores, CC100 e Comuna do Arvoredo. Em função da pouca (ou nenhuma) verba para reformas, os integrantes costumam fazer algumas construções e reparos eles mesmos e em alguns casos através de mutirões com a participação de voluntários. Os integrantes buscam reutilizar materiais e/ou buscar por doações. Há também aqueles que recorreram a campanhas de financiamento coletivo para as reformas como o Acervo Independente, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre, em um casarão de 1912.

Percebemos uma demanda geral dos ecossistemas criativos no que diz respeito à manutenção dos espaços, seja por fornecedores para determinados serviços, por materiais e equipamentos ou por mão-de-obra. Todos, de uma ou outra maneira, têm necessidades que referem-se aos cuidados com o local onde estão para que possam seguir na realização de seus projetos.

Além das atividades relacionadas à estrutura física como as citadas acima, é comum vermos os próprios integrantes construindo móveis e equipamentos. Na Pandorga houve uma oficina para a construção de um forno de barro; na Comuna do Arvoredo são realizadas práticas de bioconstrução; no TransLAB, o mobiliário do pátio foi construído pelos residentes. A atividade de marcenaria foi identificada em empreendimentos no Galpão Makers e na Casa Garibaldi. A figura abaixo ilustra essas atividades.

Mas a relação com o espaço construído vai além das paredes das casas, prédios e galpões. Alguns ecossistemas criativos realizam suas atividades nas calçadas e ruas, ativando o espaço público de seu entorno e criando assim pontos de contato com a vizinhança. A realização de eventos como a Cumbia na Rua, parceria com a Ocupação Saraí e Assentamento 20 de Novembro, o Festival da Boa Vizinhança da La Casa de Pandora, a Zona de Inovação Sustentável do Paralelo Vivo e os almoços de domingo na calçada da Comuna do Arvoredo são alguns exemplos. 

 

A proposta é um diálogo entre os ecossistemas criativos para que possam trocar experiências, materiais e técnicas e assim consigam potencializar a manutenção de seus espaços privados. E, além disso, que também possam criar parcerias para a realização de atividades nos espaços públicos, fomentando assim uma vida urbana ativa e mais segura.

 

Dos dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, esta proposta pode contribuir principalmente com três:

Um diálogo (e ações) sobre o espaço que construímos pode vir a contribuir com uma cidade mais inclusiva e acessível a todos. Como é apontando no manifesto The City We Need 2.0 (UN-HABITAT, 2016a), a cidade que desejamos tem moradia digna, saneamento básico, bens e serviços públicos de qualidade e infraestrutura decente.

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